Lixo na ribalta e génios no sótão.
Aldoar é anacrónico, um fora de tempo onde hortas urbanas fazem fronteira com o betão. As ruas são tortuosas, definidas por paralelos e limitadas por habitações unifamiliares, onde jardins e campos agriculas retalham a paisagem.
A comunidade é diversa, bairros sociais e pequenos agricultores, coabitam num local preenchido pela lenda da Moura encantada e do São Martinho.
De património rico, a religião é entranhada e a neblina matinal, reforça o sentido de refúgio e magia, onde cursos de água, um Parque Urbano (Parque da Cidade), uma mata, equipamentos e edifícios carregados de historia e histórias integram a comunidade local.
Para esta freguesia, ao longo de nove meses foi gerada uma proposta de urbanismo e outra de recuperação.
A primeira concentrava-se, na organização territorial, através de vias verdes. Uma proposta ecológica que permita conferir unidade ao território e tratar as diferentes frentes urbanas.
As vias verdes surgem para estabelecer uma estrutura ecológica urbana e a uma escala global, são factor de união e biodiversidade, cruciais para a regeneração dos recursos naturais, qualidade de vida humana, riqueza sensorial e espacial.
A segunda, voltava-se para a recuperação da, Casa de Lavradores, datada de 1680 e de grande valor histórico-cultural.
Pretendiam-se potenciar as qualidades morfológicas intrínsecas a este lugar, enfatizando um espaço cuja singularidade remete a muitas das suas características de casa de lavoura.
O projecto de recuperação criou-se com a vocação de ser um espaço cultural e educativo, que englobava trabalhos de lavoura associados á quinta, onde posteriormente os produtos, resultantes da exploração agrícola, eram vendidos numa pequena loja, que se previa no projecto, com o intuito de ajudar á auto-sustentabilidade da Quinta das Carreiras.
Foram nove meses de paixão intensa por um filho que não chegou a nascer, litros de café, noites sem dormir, trabalho de campo, trabalho de Atelier, plotagens e no fim …
O local, da Moura encantada foi comprado por uma endinheirada empresa de construção, onde o capital e o betão são a máxima e a qualidade espacial a mínima. Á quem lhe chame especulação imobiliária. Eu chamo-lhes, como o contexto é rural, burros com chapéu.
Numa área dominada pela microescála, estes empresários da bolota, vão simplesmente demolir património e memórias em prol da famosa construção em altura. Mas é de luxo ... por isso justifica-se.
As vezes confesso que gostava de zurrar, pois acredito que esta é a única forma dos asnos que «organizam» a salada do nosso território entenderem alguma coisa.
Acabar com o património não é só acabar com o edificado, é demolir a memória histórica que alimenta os sinais de identidade de uma cidade ou local, que não quer ver anulado o seu papel no panorama do País.
Mas esta noção não está ao alcance de todos. E o IPAR? Certamente deve estar a tomar chá no Majestique, tem a ver ... mas o mais provável é que nem saiba, nunca sabem ...
Tenho pena que todos os dias tenha de conviver com o desanimo visual, que se tornaram a maior parte das nossas construções e território construído, mas afinal o que é que se pode esperar de um País, onde ainda existem metrópoles sem R.E.N (nomeadamente o Porto), e onde cada vez mais o lixo se passeia na ribalta e os génios ficam no sótão? Nada, acho eu.
9 Comments:
come ate mai blogue:casino on line dot com.bet and win!então o sótão não está guardado para os macaquinhos?
ensei que iria saír um post anti-Rui Rio...
Tu com um novo blog e o Bala perdida produtora independente???
Ok, não á muita massa para apostas, mas ja lá vou. E o sotão no caso esta mesmo guardado para os génios, nesta merda de país, quem tem dez reis de testa fica sempre de castigo ...
Esse tambem, dentro de alguns aspectos, se pode arranjar. Mas é mesmo contra o bamdo de enrgúmenos, que andam de mercedes, e que todos os dias planeiam de noite a merda que ande fazer de dia.
Desculpa, mas aberrações como esta tiram-me do sério e ninguem faz nada...
Mas já agora, alguns amiginhos do Rui Rio é que aprovam merdas destas.
Duarte, não consigo aceder...
Manda para o mail
É tudo uma questão de orçamentos..dizem eles..
Beijão
è mas é de palhaços ... lol
querem parar o progresso...!
O retrocesso ????
Enviar um comentário
<< Home